As mulheres metalúrgicas estiveram mais uma vez na linha de frente das lutas políticas e sindicais ao participarem da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, um espaço histórico de construção coletiva, resistência e afirmação de direitos.
Levaram para o debate nacional a força de quem enfrenta cotidianamente a desigualdade no chão de fábrica e a coragem de quem transforma dor em luta organizada.
Durante as etapas preparatórias nas conferências livres e estaduais as trabalhadoras da indústria metalúrgica apresentaram propostas concretas para transformar o mundo do trabalho em um espaço de igualdade, respeito e dignidade.
Entre as principais propostas aprovadas, destacam-se:
- Igualdade salarial entre mulheres e homens, com mecanismos efetivos de fiscalização e punição para o descumprimento da Lei da Igualdade Salarial;
- Redução da jornada de trabalho sem redução de salário, garantindo tempo para o cuidado, o lazer e a vida;
- Fim da escala 6x1, que sobrecarrega e adoece especialmente as mulheres;
- Implementação de uma Política Nacional de Cuidados, reconhecendo, valorizando e remunerando o trabalho do cuidado, historicamente invisibilizado;
- Ratificação e efetiva aplicação da Convenção 190 da OIT, que trata da eliminação da violência e do assédio no mundo do trabalho;
- Promoção da autonomia econômica das mulheres, com incentivo à formação técnica, sindical e política com perspectiva de gênero;
- Criação de diretorias de mulheres nos sindicatos e federações, fortalecendo a presença feminina nos espaços de poder e decisão;
- Ampliação da licença-paternidade, para promover o cuidado compartilhado e combater a desigualdade de gênero nas responsabilidades familiares;
- Debate sobre os impactos da inteligência artificial e da automação no emprego das mulheres, defendendo políticas de inovação tecnológica com inclusão e justiça social.
- Essas propostas nasceram do chão das fábricas, das assembleias e dos encontros de mulheres trabalhadoras que constroem o sindicalismo com alma e consciência de classe.
Na plenária final da 5ª CNPM, a secretaria de comunicação da FETIM-Bahia, Flora Lassance, que participou da conferência reforçou que: “Mais do que pautas, essas propostas são bandeiras de um projeto coletivo que acredita nas pessoas, no poder transformador das mulheres e na necessidade urgente de um Brasil mais justo e igualitário, e nós metalúrgicas e metalúrgicos, reafirmamos nosso compromisso com a luta por Trabalho Decente, Igualdade de Oportunidades, Democracia e Soberania Popular.
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